A Driving pressure, ou em tradução literal para o português (pressão motriz) é uma valiosa ferramenta utilizada em ventilação mecânica para minimizar os riscos de lesão pulmonar principalmente em pacientes com a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Desde o final dos anos 90, grupos de estudiosos buscam por estratégias de ventilação protetora num esforço para reduzir a mortalidade por injúrias provocadas pelos ventiladores.

Em estudo publicado na prestigiosa revista New England Journal of Medicine, Amato et al (2015) tratam do tema, primeiramente, os autores compreendem que as estratégias de ventilação mecânica que fazem uso de volumes correntes mais baixos e pressões expiratórias finais positivas mais altas (PEEPs) podem melhorar a sobrevida em pacientes com SDRA, contudo, ponderam que a importância relativa de cada um desses componentes é incerta, basicamente porque, a complacência do sistema respiratório está fortemente relacionada ao volume de pulmão funcional remanescente e aerado durante a doença (AMATO ET AL, 2015).

Em convergência com Amato et al, a Sociedade Paulista de Terapia Intensiva menciona que este conceito de monitorização pode contribuir na sobrevida dos pacientes com SDRA. A publicação ainda menciona a variável drive pressure como: ΔP = pressão de platô – PEEP

Em pacientes com SDRA, o colapso alveolar é de certa forma, o nó crítico para o manuseio do suporte ventilatório. Com os campos pulmonares tomados por exsudato inflamatório, a área real de troca gasosa nos pulmões, encontra-se muito reduzida.

Amato et al (2015), descobriram em seu estudo que de todas as variáveis analisadas dentro de uma proposta de ventilação protetora, a driving pressure foi a que melhor estratificou o risco, sendo um índice que poderia refletir a capacidade funcional do pulmão. Portanto, a diminuição dos valores de ΔP, estão fortemente associadas ao aumento da sobrevivência.

Por mais que os ventiladores micro processados sejam dotados de recursos tecnológicos de última geração que permitem a monitorização gráfica durante a interação deste equipamento com o paciente, a maioria dos respiradores não dispõe deste recurso essencial para o gerenciamento da ventilação mecânica protetora, principalmente em pacientes com SDRA e

também nos casos mais graves de síndrome respiratória provocada por Covid 19.

Ocorre que os intensivistas são obrigados a realizar os cálculos à beira-leito (pressão platô – PEEP).

Ao longo dos últimos anos, houve o esforço acadêmico e de profissionais intensivistas em aprimorar os protocolos voltados ao tratamento de pacientes portadores da SDRA. As lesões pulmonares provocadas pelo ventilador eram um dos fatores relacionados à alta mortalidade desse grupo de pacientes. A ventilação protetora surge como um novo paradigma em terapia intensiva, pois, comprovadamente diminui os riscos e a mortalidade.

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