Sobre Nós

Anestesiologista com residência médica e título de especialista pela SBA.

Clínica especializada no atendimento de consultas pré anestésicas.

“O melhor anestésico para a angústia vital, que é a certeza da finitude, é o trabalho, o trabalho que fazemos por gosto, por amor. Saímos de nós e nos projetamos nesse trabalho, aí está a morada da felicidade, ou a anestesia da infelicidade. Pobres dos que só trabalham pelo salário.“

Luiz Carlos Prates

 


Avaliação pré-anestésica: como realizar?

A avaliação de um paciente pelo anestesista antes da cirurgia é um procedimento obrigatório segundo resolução do CFM. 

Como Fazer ?

Nesta consulta, o médico deverá avaliar o estado de saúde do paciente, se há condições para a cirurgia em segurança e quais medidas são necessárias. Além disso, é o momento ideal para o consentimento informado sobre a anestesia e outros esclarecimentos adicionais.

O momento da avaliação fica a critério do anestesista, mas é mais comumente realizado dias antes do procedimento ou na véspera. Muitos profissionais já estão incluindo nessa avaliação o chamado “risco cirúrgico”, que nada mais é do que uma avaliação clínica no pré-operatório. Uma curiosidade: a avaliação não precisa ser feita pelo mesmo anestesista que estará em sala, mas isso deve ser claramente avisado ao paciente.

Avaliação pré-anestésica.
Toda avaliação pré-anestésica deve incluir:

1) Anamnese, incluindo medicação em uso, alergias e comorbidades.

2) Avaliação da capacidade funcional.

3) Preditores de via aérea difícil.

4) Exames complementares.

Exames complementares recomendados.

Não há consenso dos exames mínimos obrigatórios, mas os livros clássicos em anestesiologia trazem a recomendação expressa na Lista

ASA I

Estado Físico

ASA I Idade > 65 anos Hemoglobina, hematócrito
Idade > 60 anos Glicemia, creatinina
Idade > 45 anos (homem) ou > 55 anis (mulher) ECG
Diabetes mellitus Hemoglobina, hematócrito, glicemia, creatinina, Na*, K*, ECG.

ASA II

Estado Físico

ASA II Doença cardiovascular ECG, creatinina. Considerar Rx de tórax
Uso de diuréticos Na* e K*
Doença pulmonar considerar Rx de tórax
Tabagismo crónico (acima de 20 anos/maço) ECG. Considerar Rx de tórax.

ASA III

Estado Físico

ASA III Doença cardiovascular, Hemoglobina, hematócrito, gicemia, creatinina, Na* e K*, diabetes mellitus ou ECG, Rx de tórax
Doença respiratória.

ASA IV

Estado Físico

ASA II E III Com outras doenças Exames de acordo com a doença
História suspeita de anemia Hemoglobina, hematócrito
Cirurgias de grande porte
Uso de anticoagulantes.

Resumindo…

Ao final, o médico deverá realizar a classificação do risco para a cirurgia, sendo a mais utilizada a ASA.
No campo da anestesiologia, esse é ainda o momento de decidir a profilaxia antibiótica, e a necessidade de medicação pré-anestésica. Os fármacos mais utilizados são os benzodiazepínicos, com objetivo de redução da ansiedade..
Classificação de Mallampati.
Classe I – palato mole, fauce, úvula e pilares amigdalianos visíveis; Classe II – palato mole, fauce e úvula visível; Classe III – palato mole e base da úvula visível; Classe IV – palato mole totalmente não visível.
Classe I – palato mole, fauce, úvula e pilares amigdalianos visíveis; Classe II – palato mole, fauce e úvula visível; Classe III – palato mole e base da úvula visível; Classe IV – palato mole totalmente não visível.
Se eu precisar de alguma cirurgia e estiver tomando anticoagulante, vou poder operar?
Sim. Existem anticoagulantes com um efeito no corpo muito curto, como a Heparina. A intenção é sempre substituir o anticoagulante usado por um com meia-vida mais curta, para então suspender para a cirurgia e retornar após. Essa estratégia minimiza o risco de coagulação ao mesmo tempo que permite a execução da cirurgia.
Quais são os medicamentos anticoagulantes?
Existem remédios que se aplicam na veia ou abaixo da pele, chamados de Heparinas. Esses são restritos ao uso hospitalar na quase totalidade dos casos e os anticoagulantes orais (dentre eles os anticoagulantes orais diretos, como a Rivaroxabana, Dabigatrana, Apixabana e Edoxabana). Além deles, existe a Varfarina, que corta o efeito da vitamina K do organismo. Todos esses remédios bloqueiam a cascata de coagulação em algum ponto.
Existe diferença entre os anticoagulantes?
Na maioria das vezes, o efeito dos medicamentos é parecido. Em situações pontuais, alguns são discretamente melhores e outros não podem ser utilizados. Alguns medicamentos como a Rivaroxabana e a Varfarina são tomados apenas uma vez ao dia. O fato de se aplicar a Heparina apenas na veia ou no subcutâneo dificulta seu uso em casa. Além disso, a Varfarina é mais barata, mas encontra uma série de particularidades relacionadas ao seu uso.
Quais são as particularidades da Varfarina?
A Varfarina sofre grande interferência em sua ação quando tomada com outros medicamentos ou certos alimentos que contenham vitamina K, portanto a inclusão de novos medicamentos ou mudanças bruscas na dieta pode aumentar suas chances de o remédio não fazer tanto efeito ou mesmo fazer efeito demais.
Como eu sei se o efeito da Varfarina mudou ou não?
O efeito da Varfarina pode ser medido através de um exame de sangue chamado TAP (tempo de ativação da protrombina). Seu resultado é ajustado para um número internacional devido à diferença entre os diversos kits para realizar o exame. Esse número é chamado INR. Em geral, o INR deve ficar entre 2 e 3, em alguns casos como válvulas cardíacas mecânicas entre 2,5 e 3,5.
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