Dificuldade de intubação e/ou dificuldade de manutenção da ventilação sob máscara, manualmente, por um profissional qualificado. A via aérea difícil é caracterizada quando há necessidade de mais de três tentativas de intubação ou mais de 10 minutos de duração do procedimento com o correto posicionamento e uso de laringoscopia direta.
Durante o procedimento de ventilação e intubação traqueal podemos encontrar algumas situações de dificuldades em pacientes que não apresentaram preditores de via aérea difícil no pré-anestésico.
Ventilação Sob Máscara Difícil Tipo 1
Quando apenas com um profissional não se consegue manter saturação de oxigênio maior que 90% com FiO2 de 100%, em pacientes com saturação normal antes do procedimento.
Ventilação Sob Máscara Difícil Tipo 2
Quando um profissional não consegue reverter sinais de cianose, falta de expansibilidade torácica ou distensão gástrica durante a ventilação sob máscara com pressão positiva
Intubação Difícil :
Quando um profissional necessita de mais de três tentativas de intubação ou mais de 10 minutos de duração, levando-se em consideração a presença de todas as condições adequadas para o procedimento (profissional experiente, ausência de hipertonia muscular, posição olfativa ótima, compressão laríngea externa e material adequado).
Observação! Lembrar que múltiplas tentativas acarretam em maior dificuldade de intubação devido ao edema e sangramento que podem ocorrer pela manipulação da mucosa.
Algoritmo “Via Aérea Difícil”
Tem por finalidade facilitar o manuseio da via aérea e diminuir a incidência de eventos adversos. Suas condutas, porém, não são definidas como padrão nem são exigências, tampouco garantem absoluto sucesso.
Considerar os prós e contras da escolha entre intubação com o paciente acordado ou intubação após a indução da anestesia geral. Sempre administrar oxigênio suplementar durante o procedimento e sempre confirmar a intubação com capnografia.
Optando-se pela intubação com o paciente acordado, a primeira opção é a escolha de uma intubação não invasiva. Caso não haja sucesso, opta-se por cancelar o procedimento ou por considerar outras opções, como máscara facial ou máscara laríngea. Pode-se, ainda, caso seja um procedimento de emergência e que não possa ser adiado, optar por acessos invasivos das vias aéreas, como cricotireotomia ou traqueostomia cirúrgica ou percutânea.
- Tentativa de intubação inicial sem sucesso → chamar ajuda, retornar a respiração espontânea e despertar o paciente;
- Caso a ventilação sob máscara esteja adequada → máscara laríngea. Caso não se adapte, tentar vias alternativas de intubação (estilete luminoso, trocador de tubo, intubação retrógrada ou nasal às cegas). Se mesmo assim houver insucesso, pode-se tentar técnicas invasivas de vias aéreas ou despertar o paciente;
- Caso ventilação sob máscara seja inadequada → máscara laríngea. Se não se adaptar e a ventilação pulmonar não tiver sucesso, com evolução para hipoxemia, realizar técnicas invasivas emergenciais de manutenção de via aérea, como traqueostomia cirúrgica ou percutânea.
Sempre que houver um caso de intubação difícil, o paciente só deve ser extubado quando estiver desperto e com todos os reflexos presentes e ativos e sem evidências de edema ou sangramento significativos.
Complicações :
- Hipoxemia;
- Depressão respiratória;
- Parada cardiorrespiratória;
- Lesão cerebral;
- Arritmias;
- Trauma de via aérea;
- Trauma dental;
- Sangramento;
- Edema de vias aéreas;
- Broncoaspiração;
- Edema agudo pulmonar;
- Óbito.